Mais uma madrugada de caos no Hospital Regional de Juazeiro. Nesta quarta-feira (9) o Portal Preto No Branco recebeu mais denúncias das condições precárias no atendimento da unidade de saúde. Segundo relatos, o número de profissionais é insuficiente, as equipes estão sobrecarregadas, o que acarreta em superlotação.
“Por falta de leitos, têm pacientes acomodados no chão, deitados em papelão, na beira de lixo. Está insuportável!”, disse uma pessoa que flagrou a situação.
Profissionais, pacientes e acompanhantes pedem uma intervenção do Governo do Estado na instituição gerida pela OSID- Obras Sociais Irmã Dulce.
“A empresa não tem interesse em resolver esse caos e o Governo do Estado precisa urgente fazer uma intervenção. O hospital precisa reforçar a equipe, aumentar o número de profissionais médicos e de enfermagem, ter um médico na permanência, técnicos de enfermagem para poder medicar os pacientes. Para se ter uma ideia, durante a noite, se um paciente passar mal em qualquer andar do hospital, tem que chamar um médico da emergência. Ele tem que parar de atender a emergência e ir nos andares atender as intercorrências dos pacientes. A equipe está sobrecarregada demais e quem vem sofrendo duramente com isso são os pacientes”, relatou uma fonte do PNB.
No último dia 3 de julho, o PNB denunciou a situação, quando profissionais classificaram a empresa que administra o HRJ como “Omissa e inoperante”.
“Estamos trabalhando sobrecarregados. Tem técnico de enfermagem chegando a ficar com 17 pacientes, sem ajuda. Ficamos sobrecarregadas. Para se ter uma ideia, ontem à noite tinham apenas 4 técnicos para medicar 30 pacientes, e 2 técnicos para medicar os pacientes que chegavam. Já a sala vermelha estava com mais ou menos 12 pacientes, e apenas 1 ou 2 técnicos, a sala amarela estava com mais de 10 pacientes, e também apenas 2 técnicos. Uma sobrecarga total”, desabafou uma profissional que preferiu não se identificar por medo de represálias.
Além do número reduzido de profissionais, os trabalhadores alertam para a demanda crescente da emergência, que enfrenta superlotação.
“Só ontem à noite haviam 30 pacientes esperando atendimento no corredor. O hospital está superlotado e a equipe médica está insuficiente. Nos plantões noturnos não há médicos nos andares. Quando há alguma intercorrência, os profissionais que estão na emergência, precisam subir. E para piorar a situação, alguns médicos estão parando de fazer a parte ambulatorial porque estão sem receber os seus salários desde abril. Uma situação caótica.”
Um profissional concluiu criticando a direção da empresa responsável pela instituição hospitalar: “Omissa e inoperante! É revoltante observar que a OSID nada faz para prestar um serviço melhor. Desrespeitosa com os trabalhadores e pacientes. Nem sequer uma atitude ou satisfação”.
Estamos, mais uma vez, enviando um pedido de resposta à empresa e a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia.
Redação PNB