Redação

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ESCONDIDINHO? Protesto pacífico derruba máscara do desajuste fiscal e moral do governo “INTERINO”

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Escondidinho?

Não. Não se trata do popular prato no Nordeste. Trata-se de uma visita do MEC do governo interino, num dia de feriado e pleno fim de semestre da Universidade Federal do Vale do São Francisco, no campus Petrolina. Mais “escondidinho” da comunidade universitária, “impossível”.

De um lado, estudantes e professores, organizados em protesto pacífico – mas contundente – contra o golpe nas universidades federais, anunciado oficialmente pela INTERINA equipe do MEC para 2017 (entre outras medidas regressivas) quatro dias atrás (11/8). Um inesquecível presente no Dia do Estudante! Em resumo: 45% das verbas para investimentos e 18% das verbas para custeio em 2017 serão menores em relação ao orçamento de 2016 (já drasticamente fragilizado). O que os discentes e docentes da Univasf tinham como “arma” eram os argumentos, forjados em meses de organização e mobilização, cartazes de cartolina e papel metro, caixa de som e microfone.

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Do outro lado, temos não só um ministro que veio quase em sigilo para a Univasf, ou que se posicionou contra políticas de ampliação do acesso à universidade como as cotas para negros e indígenas (as públicas) ou o PROUNI (as privadas). Não. Tínhamos um aparato de “segurança” nunca dantes visto na Univasf, composto por Guarda Municipal e Polícia Militar (!), passando por cima da autonomia universitária, desconsiderando a história e ignorando que força de segurança numa universidade federal (dentro da legalidade e normalidade) só a Polícia Federal.

A visita do MEC seria para “anunciar” liberação de recursos. Liberação que já faz parte do fluxo administrativo normal. Todavia, tentou se transformar um corriqueiro ato burocrático num evento. E, sem dúvida, 15/8/2016 ficará enquanto um evento na Univasf.

Pois estudantes e servidores da própria Univasf não tiveram acesso ao auditório da BIBLIOTECA da Univasf para se manifestar. Algo absolutamente normal em países supostamente democráticos, hoje, no espaço que é um dos corações de qualquer universidade, não pôde acontecer. Não somente univasfianos estavam lá para se manifestar democraticamente, ao fim e ao cabo, pela volta da democracia. Também fortaleceram o movimento nobres colegas da UPE (Petrolina), da UNEB e dos IF’s.

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O ministro cancelou o evento no auditório e se restringiu à reitoria, quando os manifestantes se dirigiram para o prédio da administração central. Lá chegando, inicialmente foram barrados, depois tiveram tremenda dificuldade para entrar. Inclusive, dado o óbvio desvio de função da Guarda Municipal, habilitada para segurança patrimonial, houve momentos de tensão muito sérios e queixas de agressão que estamos averiguando.

Qual a estatura moral de uma administração interina que depende de tanta segurança contra educadores, estudantes e cartazes de papel? Seria de surpreender, já que em 35 dias iniciais três ministros embaraçosamente tiveram que sair? Seria de surpreender o conteúdo profundo do ajuste fiscal, que é antes um “desajuste”? O corte de 45% integra um movimento mais amplo de avanços de pautas conservadoras e de retirada ou regressão de direitos sociais.

A austeridade fiscal é antes um austericídio da nação brasileira. A “austeridade” na área de educação é gravíssima. A imagem que chocou (negativamente) o mundo de um ministério composto pela exclusivamente por homens, brancos e totalmente descolados dos setores populares, acompanhado de um discurso voltado de forma subalterna ao “deus” “mercado”, revela as entranhas de um bloco de poder que ficaram ainda mais expostas depois de hoje.

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Este “evento” na Univasf integra o titular-interino [sic] do MEC ao “gabinete de notáveis” de Michel Temer. Que essa tormenta e esse tormento passem logo. Em prol da universidade e da educação públicas, gratuitas, de qualidade e laicas, foi que servidores e discentes levantaram bem cedo para recepcionar a missão governamental.

Estamos alertas. E convocamos nossos colegas, a população do Vale e do Brasil a se juntarem na resistência ao risco que corremos. Com um ministério e um MEC desses, nosso risco não é de retrocesso à República Velha, como pensaram alguns. Sejamos firmes e avancemos. O risco é de o Brasil recuar à Idade da Pedra.

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Sem Assistência Estudantil, deixa-se de investir na permanência (sim, investir) de talentos preciosos no futuro da universidade e da nação. Junte-se a nós. Educação não é favor. É direito de todos e DEVER DO ESTADO.

COMITÊ UNIFICADO DE MOBILIZAÇÃO DA UNIVASF.

Denúncias de violência a moradores de rua crescem 60% no Rio, diz defensoria

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“Semana passada, eu estava dormindo, eles chegaram, me tiraram [à força]. Eu perguntei: – Moço, por que o senhor vai fazer isso?”, desabafou a travesti Luisa ao padre Adailson Santos, que coordena projeto que oferece comida e agasalho à população de rua no centro do Rio de Janeiro, todas as terças-feiras.

Desde o fim de julho, o padre conta que vários moradores foram retirados da rua e levados para outros locais e relatos como o de Luisa se tornaram frequentes. Para o padre, a retirada estaria relacionada à uma ação de “limpeza”, promovida por órgãos da prefeitura, na Lapa – um dos pontos turísticos da cidade, por reunir monumentos, bares, boates e uma infinidade de albergues – para a Olimpíada. “Posso falar concretamente que ouve um esvaziamento, essas pessoas foram retiradas das ruas, levadas a abrigos distantes, muitas vezes, até a força”, disse à Agência Brasil.

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro informou que, entre março e julho, houve um aumento de 60% das denúncias de constrangimentos e violência contra moradores de rua. O órgão diz ainda que as ações se intensificaram com a proximidade dos Jogos, uma prática considerada “higienista”.

Integrante de um grupo de defensores da União e das comissões de direitos humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Câmara Municipal, a defensora pública Carla Beatriz Nunes Maia, do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, diz que os moradores são obrigados a ir para abrigos.

“Quem não é compulsoriamente levado [a abrigos], não permanece [na rua], se recolhe, se esconde, tem medo. Porque, além de ser levado à força, é agredido, tem todo o patrimônio, geralmente, um papelão para o frio, uma muda de roupa e os documentos, confiscados”, disse. O grupo faz rondas periódicas nos locais de concentração dessa população.

As ações, segundo a defensora, são feitas pela Guarda Municipal, Secretaria de Ordem Pública ou pela Polícia Militar, com conhecimento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.

“As provas de violação por parte desses órgãos é contundente”, afirmou Carla. “Agentes públicos pagos para resguardar nossa integridade espancam e agem com truculência contra uma população indefesa”, completou. A defensoria estuda ingressar com medidas jurídicas para coibir as práticas.

Os dados sobre as denúncias foram apresentados em audiência pública realizada em 3 de agosto. Na ocasião, os órgãos de assistência social e de segurança estaduais e municipais não enviaram representantes, segundo a defensoria.

O padre Adailson, que espera voltar ao trabalho em setembro, também cobra dignidade no tratamento aos moradores de rua. “Essas pessoas não têm nada. Não ficam nos abrigos por falta de condições básicas. Não podemos lhes tirar até o direito de ir e vir”, criticou.

Prefeitura

A prefeitura do Rio nega que as abordagens tenham aumentado às vésperas da Olimpíada e diz que não recebeu, oficialmente, denúncias de agressões.

Em nota, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social afirma “que não há nem haverá qualquer tipo de violação de direitos de pessoas em situação de rua na cidade do Rio de Janeiro”.

A Secretaria de Ordem Pública e a Guarda Municipal informaram que apenas prestam apoio às ações da prefeitura, quando solicitadas, e que “os agentes são orientados a agir de forma respeitosa”.

A Polícia Militar não se manifestou.

Agência Brasil

Feira de Caprinos e Ovinos do distrito de Massaroca encerra hoje

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FEIRAEncerra hoje a 9ª Feira de Caprinos e Ovinos, na sede do distrito de Massaroca, localizado às margens da BR 407 a 62 km do município de Juazeiro.

A Feira é uma realização da Prefeitura Municipal de Juazeiro, sob a organização da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA) em parceria com o Comitê das Associações Comunitárias e Agropecuárias de Massaroca.

Com a economia voltada para a agricultura de subsistência o distrito de Massaroca destaca a caprinovinocultura como seu grande sustentáculo. A Feira de Caprinos e Ovinos proporciona à comunidade oportunidades de integração, troca de experiência, permuta de reprodutores e oportunidades de negócios que engloba todo o segmento comercial local, melhorando a renda e a qualidade de vida dos trabalhadores.

Parte integrante do calendário de eventos agrários da região, a feira atrai empresários da área gastronômica, donos de frigoríficos, comerciantes de carnes e futuros criadores, cuja meta é fazer com que a comercialização ocorra diretamente com os produtores. Além de promover oportunidades de negócios e de transferência de tecnologias, o evento propicia a divulgação das atividades culturais e econômicas local.

Para um dos coordenadores da feira e técnico da SEAPA, José Wilson Chaves (Chaveco), o evento “promove a integração entre as comunidades, possibilita a troca de experiência e aumento da autoestima dos produtores, além da comercialização e da abertura de contatos para futuros negócios, com isso ocorre conquista de novos mercados”, observou.

A organização aguarda para esse ano a participação de 60 expositores, com aproximadamente 500 animais entre caprinos e ovinos, com a participação de exemplares de vacas de leite – uma atividade que surge como mais uma alternativa de geração de renda em propriedades isoladas, porém com expectativa de crescimento. Estima-se um público de cerca de 7.000 pessoas durante os três dias de evento.

A feira também conta, com a integração mais efetiva de outros segmentos como escolas, comércio, comunidade local e comunidades circunvizinhas. “Espera-se transformar o distrito em um centro de referência de produção e comercialização dos produtos da cadeia produtiva da caprinovinocultura, como também de outros produtos”, afirmou o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Jorge Cerqueira.

O evento conta com a parceria da ADAB, SEBRAE, UNIVASF, Governo da Bahia, IRPAA, COOAFJUR, Banco do Nordeste, Embrapa Semiárido, Policia Militar, Cesol, UNEB, STRJ, Rádio Juazeiro, ADAC e Governo Federal.

Ascom

Ministro da Educação estará na Univasf nesta segunda-feira(15)

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A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) receberá o ministro da Educação, Mendonça Filho, nesta segunda-feira (15) para solenidades de anúncio de liberação de recursos, visita às obras da Policlínica, localizada no Campus Sede e do Espaço de Arte, Ciência e Cultura (EACC/Univasf), na orla de Petrolina (PE). A programação inclui ainda a inauguração oficial do Data Center do Hospital Doutor Washington Antonio de Barros (HU-Univasf). As cerimônias serão realizadas a partir das 9h30 com abertura no auditório da Biblioteca da Univasf, evento que também contará com a participação do Instituto Federal Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE).

Agenda

9h30 – Cerimônia de liberação de recursos para a Univasf e para o IF Sertão-PE. (Auditório da Biblioteca – Campus Sede da Univasf).

10h – Visita à Policlínica (Campus Sede da Univasf).

10h30 – Cerimônia de Inauguração do Container Data Center do Hospital Doutor Washington Antonio de Barros (Área Externa do Hospital/HU-Univasf).

11h30 – Visita ao Espaço de Arte, Ciência e Cultura (EACC) da Univasf (Orla de Petrolina).

Ascom

Joseph Bandeira participa de lançamento de candidatura de Frank Leal (PRTB)

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O candidato a Prefeito de Juazeiro, Joseph Bandeira (SDD) e o candidato a vice Wank Mendrado (PMDB) estiveram quinta-feira(11/08) no bairro Antônio Guilhermino. Os presidentes de partidos do PSB Carlos Luciano e Professor Ronaldo do PRTB também marcaram presença. O evento foi o lançamento da candidatura do vereador Frank Leal(PRTB), a noite foi repleta de alegria e entusiasmo. “Frank, o ideal para Juazeiro!” afirmou Joseph em seu discurso.

Neste sábado (13/08) os candidatos estiveram junto com sua militância na festa do Colono no distrito de Campos seguindo depois para o distrito de Massaroca onde acontece a Feira de Caprinos e Ovinos este final de semana.

Ascom Joseph Bandeira

‘Parecia que parte de mim estava morrendo’: o quilombo que perdeu cemitério de escravos para a Rio 2016

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Em janeiro de 2014, Adilson Batista de Almeida voltou do trabalho para sua casa na Estrada do Camorim, em Jacarepaguá, zona sul do Rio, e notou a derrubada de árvores centenárias em um terreno próximo.

“Liguei para os órgãos de fiscalização e descobri que ali seria um condomínio. Mas só em março consegui falar com um engenheiro da obra e descobri que era para receber a imprensa na Olimpíada”, disse à BBC Brasil.

O terreno fica a cerca de 3 km do Parque Olímpico e aos pés do Parque Estadual do Maciço da Pedra Branca – uma das maiores florestas urbanas do mundo. Para Adilson, no entanto, o local também é parte da herança de sua família.

Dentro do terreno onde foi construído a Vila de Mídia da Rio 2016 – que será transformada em condomínio de alto padrão após os Jogos – ficavam as ruínas de uma casa-grande, os alicerces de um engenho e restos de um tronco onde eles eram torturados.

Fugindo do local, os escravos teriam criado um dos primeiros quilombos do Estado do Rio, dentro da floresta.

“Foi uma sensação muito ruim ver aquela destruição ali. Parecia que uma parte de mim estava morrendo. Cheguei em casa chorando, entrei em desespero”, relembra Adilson.

Em 2000, uma escavação na Capela de São Gonçalo do Amarante, que fica no centro do bairro e ao lado do terreno usado no condomínio, encontrou uma grande quantidade de ossos humanos, que especialistas acreditam ser de escravos, com base nas práticas da época.

Não é possível saber com certeza se há ossadas sob os prédios da Vila de Mídia, mas os pesquisadores dizem que há grande possibilidade de que este cemitério se estenda para dentro das delimitações do condomínio.

“É lógico que há enterramentos ali. Ali (no terreno) estavam todos os elementos de um engenho que durou 200 anos. A mortalidade de escravos era altíssima e o enterramento deles não tinha uma lógica, não tinha lápide nem cercado, disse à BBC Brasil o historiador ambiental Rogério Ribeiro de Oliveira, da PUC-Rio, que participou das escavações.

Posse

A Fundação Cultural Palmares, órgão ligado ao Ministério da Cultura, reconheceu que parte da comunidade do Camorim se autodefine como remanescente de quilombos.

Para ser reconhecida pelo governo como quilombola, uma comunidade precisa primeiro se autodeclarar como remanescente de quilombo.

Depois, precisa enviar à Fundação documentos que comprovem a história do local e receber a visita de um funcionário do órgão, que vai conferir as informações recebidas.

Hoje, os descendentes chamam também o terreno da antiga casa grande e do engenho de “quilombo”, já que tanto os vestígios na floresta quanto os do local onde trabalharam os negros – trazidos, em sua maioria, de Angola – foram importantes para o reconhecimento oficial.

Conhecido como “Mestre Guerreiro” pelos seus alunos de capoeira, Adilson, que hoje é guia de ecoturismo no parque e presidente da Associação Cultural do Camorim (Acuca) é o responsável por mobilizar a comunidade.

No terreno onde hoje está a Vila de Mídia ele pretendia construir um centro cultural para manter vivas as tradições africanas.

“Queremos esse território para a preservação da nossa história, que é também a história do Brasil. Foram os meus antepassados que construíram o Rio de Janeiro”, afirma.

Adilson Batista de AlmeidaFELIPE BARCELLOS/BBC BRASIL
“Foram os meus antepassados que construíram o Rio de Janeiro”, afirma Adilson

A comunidade quilombola reivindicou também o título de posse coletiva das terras de valor histórico e cultural na região, incluindo parte do local onde foi construída a Vila de Mídia, ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ligado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Depois de obterem o reconhecimento como comunidades quilombolas, os grupos podem pedir ao Incra a demarcação e a regularização de seu território.

A BBC Brasil teve acesso ao relatório de um antropólogo do Incra, de 2009, atestando que há vestígios do quilombo e do engenho na região e dando início ao processo.

Até agora, o moradores aguardavam o início da demarcação.

Procurado pela BBC Brasil, o Incra, no entanto, afirmou que o processo foi arquivado em 2014, por entender que “as áreas pleiteadas não se tratam de regularização de território indispensável para a garantia da reprodução física, social e econômica da comunidade reconhecida como remanescente de quilombo”.

O órgão diz ter notificado a comunidade, mas Adilson nega ter recebido qualquer notificação. Ainda é possível, segundo o próprio Incra, pedir o desarquivamento e o reinício do trâmite.

O condomínio, chamado Verdant Valley Residence, é de responsabilidade da construtora Living Amparo Empreendimentos Imobiliários, do grupo Cyrela.

Para o historiador Rogério Ribeiro, a empresa deveria ter feito um mapeamento arqueológico do local antes de começar a construir.

“Agora tudo o que estava ali foi perdido, acabou”, afirma.

Por e-mail, a Living disse à BBC Brasil que “não tem conhecimento de qualquer reivindicação da área pela comunidade quilombola”.

Comprovação

Segundo Adilson Almeida, os primeiros vestígios dos “escravos fujões” do engenho estão dentro da floresta do Maciço da Pedra Branca – são louças, garrafas e enxadas encontradas em grutas próximas, além de fundações de casas que datam dos anos 1600 e 1700.

A reivindicação dos quilombolas, no entanto, não engloba o parque estadual, e, sim, a área onde ficava o Engenho do Camorim e a capela de São Gonçalo do Amarante, hoje na praça central do bairro.

Um dos desafios para o reconhecimento das comunidades quilombolas é o fato de que seus registros históricos costumam ser orais, diz o advogado Luiz Peixoto, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB, que colabora com os quilombolas do Camorim no pedido de posse do território.

Foi esse, por exemplo, o primeiro contato de Adilson Almeida com seus antepassados.

Adilson com a filhaFELIPE BARCELLOS/BBC BRASIL
Adilson quer reaver parte do terreno para criar um centro cultural no lugar

“O bisavô do meu pai foi capitão do mato aqui e capturava seus irmãos, açoitava e levava para o engenho. É algo que me entristece muito, nem gosto de falar. Mas tenho que falar porque está dentro da história.”

Mas isso não quer dizer que não sejam necessárias provas concretas de suas origens.

“No processo de reconhecimento e demarcação das comunidade quilombolas, segundo a lei, faz-se um levantamento não só arqueológico, mas cultural da comunidade, para comprovar a descendência dos escravos. Tudo isso já foi feito no Camorim”, explica Peixoto.

“O pedido de posse assegura, por si só, a proteção daquela terra. Construir ali significa causar um dano irreparável ou de difícil reparação.”

Ao receber, pela BBC Brasil, a notícia de arquivamento da reivindicação dos quilombolas, Peixoto afirmou que pretende retomar o processo.

“A demanda pelo terreno existe e é comprovada. Eles estão lá e vivem lá desde a época da escravidão.”

Floresta ‘no quintal’

Peixoto defende ainda que a obra viola o direito ambiental, por ter sido erguida próximo à àrea do parque, ter causado a derrubada de árvores centenárias e o aterro de nascentes fluviais.

A construtora Living e a prefeitura do Rio afirmam, no entanto, que o condomínio não está dentro da área protegida e que todas as licenças ambientais necessárias à obra foram obtidas.

No site da Living, o projeto do Verdant Valley Residence diz ser um “condomínio-clube”.

Em conversa com um corretor responsável pela venda dos apartamentos, a reportagem ouviu que o local terá salão de festas para 300 pessoas, quadras esportivas em tamanhos oficiais e até uma van privativa que levará os moradores até a Barra.

“Você terá uma floresta eternamente sua, seu quintal será uma floresta”, afirmou.

A construção do condomínio no terreno do antigo engenho carrega também uma ironia. Em novembro de 2015, 11 operários foram resgatados da obra em condições degradantes, consideradas análogas ao trabalho escravo.

A construtora assinou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) e se comprometeu a resolver o problema.

Procurada pela BBC, a prefeitura do Rio disse que o empreendimento imobiliário foi construído em terreno particular e seguindo os parâmetros urbanísticos determinados para o local. Mas não quis comentar a reivindicação dos quilombolas.

O advogado Luiz Peixoto, no entanto, esclarece que, de acordo com a Constituição, a propriedade dos quilombolas, por ser anterior, se sobreporia a qualquer outra.

Resgate

Praticantes jogam capoeira no Quilombo CamorimFELIPE BARCELLOS/BBC BRASIL
Bairro tem 20 mil moradores, mas apenas 20 famílias se identificam como quilombolas

Atualmente, o bairro do Camorim tem cerca de 20 mil moradores, mas apenas 20 famílias – pouco menos de 100 pessoas – se identificam como descendentes de africanos escravizados.

Em 2009, quando teve início o processo de reconhecimento, os autodenominados quilombolas eram 80 famílias.

A queda drástica na identificação das famílias, segundo Adilson, se relaciona com a conversão dos moradores a religiões neopentecostais.

“Muitos, quando começam a ir para a igreja, acham que ser quilombola é vergonhoso, deixam de lado a capoeira e as danças que ensinamos. Na minha família mesmo aconteceu isso”, lamenta.

Para ele, este é um motivo a mais pelo qual a manutenção do sítio arqueológico no local é importante.

“Queremos resgatar ao menos uma parte do terreno para manter lá a nossa memória, além de fortalecermos os projetos sociais que existem no Camorim.”

Os projetos incluem aulas de capoeira, danças e jogos africanos, uma horta coletiva e educação ambiental para crianças.

“Tenho fé que vou conseguir esse espaço. Vou até a última instância.”

BBC BRASIL

Por 2018, PSDB já ataca área econômica de Temer

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Principal partido aliado do presidente em exercício, legenda age para forçar governo a assumir caráter ‘transitório’ e desgastar imagem do ministro da Fazenda.

Com a provável confirmação do afastamento da presidente Dilma Rousseff pelo Senado no fim deste mês, o governo Michel Temer deixará a condição de interino. A gestão definitiva, porém, já começa contaminada pelo cenário eleitoral de 2018, que estimula o PSDB a criticar a área econômica e a figura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

A legenda tucana, principal aliada do governo do peemedebista, quer se preservar como alternativa de poder e age para forçar o governo Temer a assumir um caráter “transitório”. Nesse sentido, tenta carimbar em Meirelles o desgaste pelas concessões feitas pelo Planalto.

O discurso majoritário na legenda é que o chefe da equipe econômica estaria compactuando com a flexibilização de medidas de ajuste fiscal com a intenção de construir uma alternativa eleitoral competitiva fora da “antiga oposição” – PSDB, DEM, PPS e PSB.

Da mesma forma que cobra que Temer abdique de disputar a reeleição, os tucanos querem que Meirelles assuma compromisso semelhante.

Apesar das cobranças por uma maior austeridade, as bancadas tucanas na Câmara e no Senado respaldaram as “bondades” do presidente em exercício nestes três meses de governo interino.

Câmara. O estranhamento do PSDB com o presidente em exercício começou após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defender em entrevista ao Estado, há duas semanas, a candidatura de Temer em 2018 se o governo for efetivado e sua aprovação crescer.

Desde então, o peemedebista vem tentando convencer o meio político, empresarial e financeiro de que não está em campanha para renovar o mandato. O temor é de que o presidente em exercício perca o foco do ajuste fiscal se embarcar no projeto eleitoral.

Apesar da promessa de Temer de ficar fora da disputa, o PMDB defende que pretende ter candidato próprio a presidente.

Filiado ao PSD, Meirelles integra um novo polo político que surgiu da aproximação entre Temer e o ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicação, Gilberto Kassab, presidente da legenda. Em eleições anteriores, Kassab cogitou lançar o atual ministro da Fazenda em disputas majoritárias.

Nesse cenário, o desgaste de Meirelles interessa aos três postulantes do PSDB, por motivos diferentes. Para o senador Aécio Neves (MG), significaria a implosão de uma aliança (PMDB-PSD), competitiva em 2018; para o governador paulista, Geraldo Alckmin, a consolidação de uma nova força política que teria musculatura suficiente para vencer a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. Já para o chanceler José Serra, significaria a derrota de um adversário interno – os dois presidenciáveis da gestão Temer têm visões diferentes da economia: o tucano integra a escola desenvolvimentista e o ministro da Fazenda é um representante da ortodoxia.

As críticas do PSDB a Meirelles se intensificaram após a decisão do governo de abdicar da exigência de que os Estados não poderiam conceder reajustes salariais aos seus servidores por dois anos. O PSDB defendia a inclusão da medida no texto principal do projeto de lei sobre a renegociação das dívidas estaduais, que foi votado no plenário da Câmara. Os tucanos entendem que a medida era desgastante, porém necessária.

Essa seria a contrapartida dos Estados para os benefícios que eles terão do governo federal com a renegociação de suas dívidas. “Se era dispensável, conforme afirmou em seguida o ministro Meirelles, ele deveria ter evitado uma operação que passa a imagem de um recuo”, disse o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA).

Carta. A insatisfação do PSDB com a área econômica ganhou contornos públicos com a divulgação de uma Carta de Formulação do Instituto Teotônio Vilela, o braço teórico do partido.

Após assinalar que a inflação acumulada nos primeiros sete meses de 2016 (4,96%) já supera a meta prevista para todo este ano, o texto diz que o Banco Central “não pode esmorecer” em sua política de combate à alta de preços. E afirma que o governo “precisará, contudo, de um apoio que não teve durante os anos de governo do PT e de que ainda carece com mais nitidez na atual gestão: uma política vigorosa de controle dos gastos públicos.”

Para o presidente do instituto, o senador José Aníbal (SP), “o que o governo fez até aqui não foi o suficiente”. “Fez anúncios.” Segundo Aníbal, Meirelles cometeu um erro na semana passada. “Ele disse que, do ponto de vista da renegociação das dívidas dos Estados, contemplar categorias acima do teto(Judiciário, Ministério Público e Tribunal de Contas) não era relevante”, disse.

Maior legenda aliada ao Planalto no Congresso, com 55 deputados e 11 senadores, o PSDB pode sair de posição de apoio integral para crítico e, no limite, avançar para a oposição, admitem seus líderes.

Estadão

ACM Neto elogia Temer, mas diz que DEM quer outro candidato a presidente

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O prefeito de Salvador, ACM Neto, do DEM, afirmou em entrevista ao Estado, que o presidente em exercício Michel Temer “não tem compromisso com o PSDB nem com nenhum outro partido para 2018; não tem nem pode ter”. Ele disse que acompanhou uma série de conversas no momento do pré-impeachment e pode afirmar que não houve dicussão acerca de compromisso político-eleitoral de Temer com nenhum partido e que “s eria uma irresponsabilidade fazer esse tipo de conversa”.
Apesar de rasagar elogios ao presidente em exercício, Neto voltou a indicar o senador Ronaldo Caiado como pré-candidato do DEM, desta vez com maior ênfase, descartando seu próprio nome como possível postulante. “No Democratas, hoje, existe um consenso de que o nome dele é o que está mais bem colocado”, afirmou.
Com aprovação entre 61% (Vox Populi) e 84,7% (Instituto Paraná), ACM Neto vai disputar a reeleição – seu vice é o peemedebista Bruno Reis, deputado estadual – contra a deputada federal Alice Portugal (PCdoB) e sua vice, a deputada estadual Maria Del Carmen (PT), apoiadas pelo governador Rui Costa (PT). Em 2012, Neto ganhou, no segundo turno, com 53% dos votos, do petista Nelson Pelegrino, apoiado pela presidente Dilma Rousseff, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo governador Jaques Wagner.

Bocão News

Polícia Civil investiga assassinato de jovem em Juazeiro-BA

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A Polícia civil está investigando a motivação do crime que aconteceu na manhã de ontem (13) em Juazeiro-BA.

De acordo com as primeiras informações que o CICOM recebeu de populares, um jovem teria foi sido vítima de golpes de arma branca no Centro Comercial de Juazeiro-Bahia.

A vítima foi identificada como John Elder Oliveira Souza de 23 anos.

O Serviço de Atendimento Médico de Urgência foi acionado e ao chegar ao local confirmou a ocorrência. Os paramédicos tentaram reanimar a vítima, mas não obtiveram êxito, a mesma foi a óbito no local, com grave lesão pulmonar e hemorragia interna.

O crime aconteceu na Rua Antônio Pedro, no interior de uma residência, próximo à Secretaria de educação do município.

O DHPP foi informado e o coletivo de serviço do IML removeu o cadáver para o setor de necrópsias da 17° COORPIN.