“Nenhum dos atuais parlamentares Petrolinenses repercutem os interesses daqueles que os elegeram para as funções legislativas”, declarou o professor e historiador Bráulio Wanderley

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Em entrevista ao Portal Preto no Branco, o professor, historiador, e sociólogo Petrolinense, Bráulio de Barros Wanderley, declarou que a representatividade parlamentar petrolinense ocorre mais em função de torná-la um trampolim para a prefeitura que por perfil político. “Exceto o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) que já governou Petrolina em três ocasiões e, além de querer retomar a prefeitura pro seu domínio familiar, acalenta o desejo de ser candidato ao governo de Pernambuco. Isso vem de longe, vale recordar que em 1993 travou intenso embate interno no PMDB com Jarbas Vasconcelos, então prefeito do Recife, com quem rompeu e foi para o PSB do então deputado federal Miguel Arraes, de quem foi candidato derrotado a vice em 1998.”.

“Atualmente, Petrolina-PE tem 8 representantes políticos no congresso nacional, sendo 1 Ministro, 1 Senador, 3 Deputados Estaduais, e 3 Deputados Federais. Esse número aumentou, após o vice-prefeito de Petrolina, Guilherme Coelho (PSDB), tomar posse na tarde do dia 17 de Maio, em Brasília, na Câmara dos Deputados Federais.

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Guilherme conseguiu a vaga em razão das recentes nomeações de deputados federais pernambucanos para assumir quatro ministérios na gestão do presidente interino Michel Temer (PMDB). Um deles, o de Fernando Bezerra Coelho Filho (PSB), que foi escolhido pelo presidente interino Michel temer, para ser o novo Ministro de Minas e Energia.

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Outro petrolinense que está no Congresso Nacional é o pai do novo ministro, o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), que já foi ministro da Integração Nacional no governo Dilma, está sendo investigado pela Operação Lava-Jato, recentemente foi citado em gravações que mostram tentativa de livrar políticos da operação.

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Outro Coelho, também conseguiu se eleger nas eleições de 2014 e representa o estado de Pernambuco, o filho do senador e irmão do ministro, o deputado estadual Miguel Coelho (PSB).

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Ainda de acordo com o historiador, os legisladores do PSB aderiram tanto nas ideias, como na prática, o lado conservador (PSDB/DEM/PPS), sem fazer uma autocrítica, muito menos explicaram o rompimento de uma aliança histórica com o Partido dos Trabalhadores.
“Também são nítidas as conveniências familiares, marca do processo eleitoral petrolinense há quase um século. Consequentemente, nenhum deles tem perfil ideológico, nenhum representa os interesses dos trabalhadores e de qualquer movimento social, e reproduzem a lógica do poder econômico que financia suas campanhas.”

Os outros dois Deputados estaduais que representam o município Pernambucano são: Odacy Amorim (PT), e Lucas Ramos (PSB). E para completar essa lista, os Deputados Federais Gonzaga Patriota (PSB) Adalberto Cavalcanti (PTB)

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Para o historiador, apesar dessa grande representação, “Nenhum dos atuais parlamentares Petrolinenses apresentou projeto de relevância para a cidade e não fazem com grandeza debates sobre temas nacionais ou estaduais, não repercutem os interesses daqueles que os elegeram para as funções legislativas, e traem os votos recebidos em função dos interesses pessoais supracitados.”

Bráulio acrescentou ainda que  as bancadas nunca estiveram tão mal representadas como agora. “Além disso, se dedicaram mais ao loteamento de cargos nas administrações federal e estadual (INCRA, CODEVASF, DETRAN, etc.), que em políticas públicas que pudessem beneficiar a maioria do povo, basta observar que o projeto pontal, a transposição do São Francisco, a ferrovia transnordestina, a reforma agrária e o apoio à agricultura familiar estão esquecidos”, finalizou.

O sociólogo fez ainda uma avaliação de cada um dos 8 atuais detentores de mandatos:

1. Fernando Coelho Filho (deputado federal licenciado PSB) – Um ministro sem formação específica para as Minas e Energia, assim como seus últimos antecessores, assumiu a função fruto de um acordo pró-golpe/impeachment sobre a presidente Dilma Rousseff, sobretudo, sem apoio formal de sua legenda partidária. Em 2012, foi apoiado por Lula, Dilma e Eduardo Camos, mesmo assim sofreu larga derrota na disputa pela prefeitura de Petrolina contra o reeleito Júlio Lóssio (PMDB);

2. Adalberto Cavalcanti (deputado Federal PTB) – É tratado pelo pejorativo recebido não há muito tempo por Gonzaga Patriota, seu colega de parlamento, como “forasteiro”. Contudo, pauta forte atuação assistencialista e representa interesses econômicos e políticos atrelados a FIEPE do senador Armando Monteiro Neto. Cavalcanti vem de gestões como prefeito de Afrânio, elegeu sua esposa como sucessora, rompeu com o PSB, migrou pro PTB de Armando Monteiro, depois pro PMB e por fim voltou ao PTB. Foi único a votar a favor de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, no mais não há emendas relevantes para as gestões municipal ou estadual.

3. Gonzaga Patriota (deputado Federal PSB) – Já representou parcela da população avessa à Família ou Oligarquia Coelho, taxado como “forasteiro” no início dos anos 2000, mais por ter chegado como alternativa do campo progressista que por suas origens (Sertânia), tão sertaneja como a nossa. Patriota atravessa seus últimos mandatos sem a mesma altivez de outros: não lidera o partido, não preside comissões e não tem a mesma presença em relação aos seus eleitores. Embora suas derrotas municipais (2000, 2004 e 2008) tenham servido para obter grandes votações para renovar seus mandatos como deputado federal.

4. Guilherme Coelho ( Deputado federal PSDB) – consagrou-se politicamente na sua primeira gestão à frente da prefeitura (1989-1992), saiu desgastado na segunda oportunidade (1997-2000), fato que o levou a um apagado mandato como deputado estadual (2003-2007). Alçado como vice-prefeito de Júlio Lóssio, mais por consideração ao seu pai (ex-deputado federal Osvaldo Coelho, recentemente falecido), exerceu o cargo até a posse do deputado federal Mendonça Filho (DEM) como ministro da Educação e Cultura. Possui pouco tempo para analisar sua suplência, embora tenha afirmado dar sequência ao trabalho de seu pai na obtenção de verbas para a agricultura e irrigação. Ou quem sabe se cacifar como tercius na disputa pela prefeitura, a depender da conjuntura até meados de julho.

5. Odacy Amorim (deputado  estadual PT) é um conservador que não se enquadra ao militante histórico do PT. A legenda foi oportuna pra ele se candidatar à prefeitura (2012) após ser rifado na convenção do PSB (2008) e devido ao auge dos governos Lula/Dilma. Como parlamentar, possui perfil assistencialista, não pauta os debates de gênero, orientação sexual nem de combate ao racismo, ao contrário, evita publicar algumas de suas opiniões para não contrariar seu partido, assim como não possui ligações com os movimentos sindicais e de juventude.

6. Lucas Ramos (deputado estadual PSB) – Sob forte apoio de seu pai (também ex-deputado estadual e atualmente conselheiro do TCE) não tem luz na ALEPE, exerce a vice-liderança do PSB e foi rifado da sucessão da prefeitura de Petrolina pelo governador Paulo Câmara que preferiu o nome de seu colega de bancada, Miguel Coelho.

7. Miguel Coelho (deputado estadual PSB) – Assim como seu irmão, agora ministro, tem mais reconhecimento por ser filho do senador que parlamentar. Nada tem a apresentar em projetos de grande relevância. Após intervenção do governador sob o diretório municipal de seu partido, exerce a presidência da Comissão provisória peesebista mesmo com o propósito de se cacifar para o pleito deste ano.

8. Fernando Bezerra Coelho (senador PSB) – já foi um pouco de tudo: ARENA, PDS, PMDB, PSB, PPS e PSB novamente. Orbitou entre Marco Maciel/Roberto Magalhães, de quem fora secretário da Casa Civil (1983-1985) mas rompeu em 1986 para apoiar Miguel Arraes, com quem ficou até 1998 (na derrota acachapante para Jarbas Vasconcelos). Em seguida, passa a apoiar o governo Jarbas e se elege pela segunda das três vezes que foi prefeito de Petrolina. Regressa ao PSB pra apoiar a candidatura Eduardo Campos (2006), de quem se torna secretário de Desenvolvimento Econômico e presidente de Suape. Forte aliado do presidente Lula (PT), rompe com este após ter sido indicado ministro da Integração Nacional (2011-2013) como compensação por ter sido preterido na disputa ao senado em 2010. Em 2013 seu partido rompe com o governo Dilma Rousseff pra lançar a chapa presidencial Eduardo Campos/Marina Silva. Hoje, se encontra novamente próximo ao PSDB, tendo votado a favor da admissibilidade do impedimento de sua ex-chefe no senado federal

Por: Yonara Santos

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